A
telemedicina é, atualmente, um poderoso instrumento que oferece ampla quantidade recursos para fins de educação, assistência e pesquisa a distância. é uma área que emprega modernas tecnologias de informática e telecomunicações para criar ferramentas e soluções que podem ser usadas em nível nacional. Ela vem tendo uma importante evolução e consolidação no Brasil nesta última década, decorrente da modernização da infraestrutura de telecomunicação e progressos das tecnologias de informática. A partir de 2005, em razão de incentivos realizados pelas agências de fomento à pesquisa e ações governamentais, diversas equipes e núcleos de pesquisa foram formados em várias universidades do país.
Aos poucos, os benefícios da telemedicina ficam cada vez mais claros. Exemplo disso é uma pesquisa recente realizada por pesquisadores do UC Davis Children´s Hospital, na Califórnia, que revelou que as consultas via telemedicina melhoram de maneira significativa os resultados para pacientes tratados em emergências pediátricas rurais, onde não existem especialistas em pediatria disponíveis. Além disso, os pesquisadores também descobriram que um médico possui chances maiores de ajustar diagnósticos e tratamentos depois de uma videoconferência com um especialista no assunto.
A evolução das tecnologias computacionais e o barateamento dos meios de comunicação têm facilitado o acesso aos diversos recursos interativos que outrora tinham custos proibitivos. Entre os exemplos desse tipo de facilidade estão os serviços de telefonia celular 3G e 4G, equipamentos como tablets e smartphones, que fazem com que a telemedicina seja possível até nas áreas mais remotas.
A estruturação de atividades usando-se a tecnologia de telemedicina nos diversos centros universitários vem gerando, paralelamente, a noção de que ela ultrapassa os aspectos tecnológicos. Na verdade, é uma convergência de soluções tecnológicas com serviços de qualidade e responsabilidade civil, que possibilita melhorar as atividades de educação, de planejamento da logística de saúde, da teleassistência/telediagnóstico e da implementação de métodos para proporcionar pesquisas multicêntricas baseadas em estratégias de gestão de sustentabilidade.
Esse aspecto tem sido fortemente difundido pela gestão 2006-2013 do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms), entidade representativa da telemedicina e da telessaúde brasileira, constituída em 2002. é fato que a tecnologia está tendo a cada dia um papel mais determinante na prática da medicina. Por isso é importante que todos, médicos, pacientes e setores público e privado de saúde estejam em consonância para que ela possa de fato ser aplicada no dia a dia da medicina no país.
Dr. Chao Lung Wen – Professor Associado e Chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Texto publicado originalmente na revista Wareline Conecta – edição 5