Cada vez mais vemos a tecnologia trabalhando a favor da saúde, de forma a torná-la acessível para toda a população. Hoje já contamos com a proliferação de aplicativos para celular que tentam monitorar a qualidade de vida das pessoas e que podem até checar sinais vitais. Há também dispositivos compactos que permitem avaliar a quantidade de glicose no sangue, entre outros.
Mas o desafio da tecnologia na área de saúde está longe de acabar. Em 2050 é estimado que existam 9 bilhões de pessoas no mundo que, se seguirem a crescente tendência mundial, devem ter uma expectativa de vida ainda maior, o que implicará na necessidade de mais serviços médicos, mais produtividade e mais jornada dos trabalhadores, ou seja, mais stress e sedentarismo.
E, se levarmos em conta o número de médicos para cada 10 mil habitantes, teremos muito mais com o que nos preocuparmos: em 2013 havia, segundo a OMS, 17,6 médicos no Brasil para cada 10 mil pessoas, metade de médicos na Europa (33,3 a cada 10 mil habitantes). Entretanto, nos Estados da região Norte, são apenas 10 médicos por 10 mil pessoas, contra 26 médicos por 10 mil habitantes na região Sudeste. A situação é mais crítica na áfrica que existem 2,5 médicos para cada 10 mil habitantes. Se esses números não se alterarem, não haverá médicos suficientes para toda a população.
Como pode a tecnologia evoluir a ponto de tornar os serviços de saúde mais acessíveis? Com a junção da Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT), Big Data e Análise de resultados.
A IoT, com sua interoperabilidade, poderá, através de sensores em dispositivos remotos, monitorar sinais vitais e movimentos bruscos, como quedas, que podem ser fatais. A partir desses dados, centrais de monitoramento vão poder acompanhar a saúde de milhões de pessoas e, caso haja algum sinal suspeito, elas serão chamadas a comparecer em um posto de saúde, o que pode diminuir a longa fila de espera nos atendimentos e remanejar médicos de acordo com a demanda.
Com todas essas informações no Big Data, será possível identificar endemias, prever e até evitar epidemias e pandemias. Outro benefício é saber quais medicamentos e insumos necessários para exames de laboratórios, além de poder fornecer diagnósticos mais rápidos e precisos.
A análise de todos esses dados será essencial para um tratamento rápido e adequado, que avalie não só os sintomas, mas todo o histórico do paciente. Será como um prontuário eletrônico, alimentado constantemente e com ainda mais informações.
O futuro parece ao mesmo tempo próximo e distante, com tais tecnologias já existindo, mas não implantadas de forma global. Mas com o uso cada vez mais disseminado e demanda maior do conhecimento virtual para melhorar a vida das pessoas, o custo deve cair, tornando essa previsão em algo real em alguns anos.