A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo decidiu lançar projeto inédito no Brasil para reduzir o índice de infecção hospitalar de corrente sanguínea em UTIs. Ao todo, 50 hospitais do Estado, entre públicos e privados, assinaram a carta de intenção para participar do programa, em caráter experimental.
Em 2010, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o monitoramento deste tipo de infecção no Brasil, o que é feito no Estado de São Paulo desde 2004. Por conta deste monitoramento, identificou-se que neste período houve queda das infecções de trato urinário (de 8,29 para 6,07 por 1.000 internações em 2010) e de pacientes entubados por pneumonia (de 19,92 para 15,2).
No entanto, o índice das infecções por corrente sanguínea, decorrentes da colocação de cateteres, teve discreto aumento, passando de 4,14 para 5,07 por 1.000 internações, no período entre 2004 e 2010.
“é muito interessante para o Estado baixar este índice por dois motivos: o primeiro e mais importante é porque se trata do de maior mortalidade. Em segundo lugar, gera maior custo no tratamento desses pacientes para controle das infecções”, afirma a chefe da Divisão de Vigilância Hospitalar do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Denise Brandão de Assis.
O projeto terá três etapas. A primeira, já em curso, vai levantar, por meio de questionários aplicados a profissionais de saúde e preenchimento de planilhas, o procedimento detalhado de operação de implantação e utilização de cateteres nas UTIs pesquisadas.
Em junho, novo encontro entre os participantes deve discutir os procedimentos existentes e gerar um padrão, que passará a ser utilizado por todos. Na fase final, os 50 hospitais participantes relatam os resultados obtidos com as interferências.
A única experiência com uso deste protocolo em esfera governamental aconteceu em Michigan, nos Estados Unidos, com 103 hospitais. Segundo literatura especializada, foi possível uma redução satisfatória neste tipo de infecção.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo