Quando o edifício faz parte da cura

Quando o edifício faz parte da cura

De acordo com o documento “Agenda global hospitais verdes e saudáveis”, produzido pela The Global Green and Healthy Hospitals – associação sem fins econômicos de alcance mundial –, cerca de um quarto de todas as doenças e mortes que ocorrem no mundo na atualidade pode ser atribuído ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define como “fatores ambientais” (veja box na página 34). Adotar critérios sustentáveis, portanto, é uma regra para todos os segmentos da sociedade. Neste sentido, os equipamentos de saúde de qualquer porte podem e devem fazer sua parte para adequarem-se ao conceito que vem sendo chamado de “hospitais verdes”. Dar diretrizes para que isso ocorra de maneira organizada, dentro de parâmetros mundialmente aceitos, é um dos propósitos da “Agenda”. Mas, afinal, o que é um “hospital verde”? Segundo o professor Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, de São Paulo, para ser sustentável, uma edificação da área de saúde deve prever duas abordagens. A primeira está focada na questão de consumo de energia e água e demais geradores de impactos, como a produção de resíduos sólidos e gases. A segunda é uma abordagem mais ampla, que verifica também a sustentabilidade do ponto de vista socioambiental, ou seja, a maneira como aquele empreendimento se relaciona com a comunidade onde está inserido.
“Nas duas visões, além de todas as questões‘normais’ para qualquer edifício do século XXI, no caso dos hospitais existe uma preocupação especial, dada a importância social que tem esse equipamento”, afirma o especialista.
Do ponto de vista construtivo, o professor lembra que, primeiro, é preciso diferenciar hospitais novos dos que estão em operação. Nos primeiros, serão necessárias pequenas ou grandes reformas para ajustá-los aos critérios de sustentabilidade. No segundo, esses conceitos devem ser adotados no próprio projeto (veja quadro ao lado). No caso de edifícios novos, ainda, deve ser levada em conta a racionalização das instalações.
“Um hospital, hoje, precisa ser extremamente flexível no sentido da concepção dos espaços, a especialização deve se dar apenas onde é imprescindível– como no centro cirúrgico, laboratórios e radiologia. Os demais espaços devem ter uma grande flexibilidade porque o hospital se reconstrói constantemente; é uma obra que não acaba nunca, quanto mais flexível, mais facilmente você a reconfigura com elementos móveis.Com isso, gera-se menos resíduos e reduz-se o impacto ambiental interno e externo. ”
Outro ponto relevante é a questão da assepsia, que deve estar fundamentalmente ligada a controles de qualidade no que diz respeito à troca constante do ar. “Significa que terá uma relação direta com a ventilação natural, porque quanto mais você se garante como assepsia ambiental, melhor será seu controle de infecção hospitalar. ”

Walter Caldana, do Mackenzie:
“Um hospital, hoje, precisa ser extremamente flexível no sentido da concepção dos espaços”
 
Quatro passos para se tornar um “hospital verde”:
Passo 1
Treinamento e conscientização do pessoal interno.

Passo 2
Avaliar aspectos do consumo de energia e água, bem como a produção de resíduos sólidos e gases. Em seguida, buscar soluções mais sustentáveis, por meio de dispositivos e equipamentos que reduzam esses impactos.
Passo 3
Feitas as intervenções de pequena monta, implementar as reformas de maior porte, com o mesmo objetivo: redução de consumo e impactos ambientais.
Passo 4
Ampliar o escopo para a questão socioambiental, posicionando o equipamento de saúde como um polo gerador de informação, conhecimento e qualidade de vida perante a comunidade.
Fonte: Notícias Hospitalares

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