As tecnologias de informação e comunicação (TIC) aplicadas à área da saúde passam por um momento de grande maturação.
Aos médicos e enfermeiros, elas se apresentam como fortes aliadas na busca pela diminuição de falhas e maior segurança para o paciente. Assim, as práticas de telemedicina, medicina robótica e adoção de sistemas que auxiliam na aplicação e cálculos cirúrgicos já não são experiências e se apresentam como facilitadores e até mesmo meios de tornar mais barato e rápido o acesso a um atendimento de maior qualidade.
Raphael Castro, gerente comercial da Wareline do Brasil, cita como exemplo, o fato de um médico hoje conseguir orientar, de dentro de um hospital em São Paulo, uma cirurgia que está sendo feita em Manaus e ainda contar com sistemas de monitoramento que possam dar a ele a dimensão exata de uma incisão, além de imagens cm alta definição de todos os diagnósticos do paciente.
A telemedicina, segundo ele, tem se destacado pois promove a interoperabilidade de todos os agentes de relacionamento com o paciente, como operadoras, médicos, hospitais, clínicas, laboratórios e o governo, possibilitando ma visão mais ampla dos serviços de saúde para, principalmente, colocar técnicas mais avançadas e tratamentos cada vez mais seguros à disposição do paciente.
João Aguiar, system engineer da Polycom, afirma, porém, que o conceito vem avançando nos últimos anos, mais ainda carece de melhor conhecimento para ampliar sua adoção. “ Diversos hospitais e universidades já adotaram a telemedicina como ferramenta de discussão de casos e educação continuada, mas a falta de infraestrutura impede o avanço para ás regiões que carecem de informação e especialistas”, comenta.
Para ele, a telemedicina não se apresenta como uma alternativa, mais como a base para que o conhecimento seja amplo a todas as regiões. Além disso, pode ser uma ferramenta fundamental na redução dos custos do sistema de saúde como um todo e atuar no diagnóstico rápido de AVCs. O exame de fundo de olho apresentado aos especialistas remotamente evita que o paciente sofra com deslocamentos exaustivos e possíveis seqüelas profundas, o que onera o custo do sistema de saúde.
Raphael Castro da Wareline do Brasil: Médico hoje orienta cirurgias a distância e contam com equipamentos que lhes dão a exata posição de uma incisão.
O Núcleo de Telessaúde (NUTES) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) investiu em uma sala de telepresença imersiva com tecnologia Polycom, visando melhorar a qualidade do atendimento em saúde para a população do Estado e trazer eficiência e rapidez aos serviços prestados. A solução, instalada no Hospital das Clínicas (HC) da UFPE, propicia a colaboração a distância, por meio da troca de informações de vídeo e áudio em HD entre a instituição e outras unidades da rede de saúde no Brasil e no mundo.
Segunda opinião
De acordo com a Dra. Magdala de Araújo Novaes, coordenadora do NUTES e do Grupo de Tecnologias da informação em saúde (TIS) da UFPE, graças a essa oferta de telessaúde dentro do HC, é possível ampliar os serviços de assistência, educação e suporte aos profissionais do Sistema único de Saúde (SUS). Além disso, a sala possibilita a discussão clínica entre médicos a distância, a obtenção de uma segunda opinião para casos complexos, teleeducação, entre outros serviços.
“São recursos que nos permitirião atenuar a carência de especialistas em locais afastados e a renovação de processas na educação continuada para profissionais da área médica, sem a necessidade de deslocamento “, explica Magdala.
A RedeNutes, que encabeça este projeto, oferece para mais de dois mil profissionais de saúde, educação a distância, e promove a atualização das últimas descobertas na área. Os planos da instituição para o futuro prevêem a ampliação da cobertura do sistema, atingindo unidades de saúde da família localizadas nos 185 municípios que compõem o Estado de Pernambuco. A iniciativa incentivará as parcerias com a rede pública de saúde, criará novos processos colaborativos, fortalecerá a integração ensino-serviço para aprimoramento da formação dos futuros médicos, enfermeiros e cirurgiões dentistas e promoverá a implantação de pontos de telessaúde em outras unidades de rede e de novos serviços, como o telediagnóstico.
Fonte: Revista TI Inside – Ano 8 – Edição 82 – Agosto de 2012