Menos de 5% dos hospitais brasileiros são certificados

Menos de 5% dos hospitais brasileiros são certificados

Uma notícia divulgada recentemente pelo jornal Folha de São Paulo apontou que somente 5% dos 6.140 hospitais brasileiros possuem algum tipo de certificação. E dos 283 hospitais acreditados até abril deste ano, 40% estão localizados em São Paulo; na região Norte, Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins não possuem nenhuma instituição certificada.

A falta da lei que obrigue as instituições a buscarem a certificação, bem como a ausência de incentivo por parte do governo ou operadoras de saúde para fazê-lo acabam justificando o número tão baixo de hospitais que buscam um selo. Soma-se a isso a falta de vantagens em se tornar uma instituição acreditada ou penalidades em não ser. Uma justificativa bastante complexa quando analisamos que até 70% dos erros que ocorrem em hospitais brasileiros, como medicações trocadas ou operação de membros errados, seriam evitados se as instituições seguissem protocolos já estabelecidos.

Enquanto isso, em países como Estados Unidos e Canadá os governos e as seguradoras de saúde exigem a certificação antes de firmar contratos e parcerias, e os pacientes usam o selo como parâmetro para escolher onde querem ser atendidos. Segundo informações de Jean Moody-Williams, diretora do programa de qualidade ligado ao CMS (órgão do governo americano responsável pelos serviços públicos de saúde), 90% dos hospitais nos EUA têm acreditações. E ainda que não haja uma garantia de qualidade, especialistas apontam que ela demonstra uma preocupação em melhorar, em ter uma gestão mais eficaz e oferecer mais segurança ao paciente.

A Wareline já havia antecipado os dados nacionais em uma pesquisa que realizou no final do ano passado com 200 profissionais de instituições para analisar a percepção dele sobre a acreditação no Brasil. Com os números apurados, ficou nítido que apesar dos benefícios que estão vinculados à certificação, como a melhora nos processos internos e reconhecimento da sociedade e dos pacientes de que a instituição possui qualidade, no Brasil o número de certificações não tende a evoluir em curto prazo.

Para Maria Carolina Moreno, superintendente da Organização Nacional de Acreditação (ONA), uma das quatro acreditadoras atuantes aqui, o custo, de R$60 mil para hospitais de 200 leitos é uma barreira à adesão, além da necessidade de mudança da cultura, que pode gerar conflitos entre os profissionais de saúde. Outros empecilhos para a acreditação citados na pesquisa seriam dificuldade de adequação do hospital em relação às especificações, criação de uma cultura de registro e de formalização dos processos, criação de uma cultura de qualidade no hospital, falta de verba para investimento e de tempo para mudar a gestão e construir novos processos. 

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