Médicos veem acreditação como novo mercado de atuação

Médicos veem acreditação como novo mercado de atuação

Há dez anos, falar de acreditação internacional em saúde parecia algo inatingível já que apenas duas instituições de saúde do Brasil possuíam acreditação internacional da Joint Commission International (JCI), maior agência acreditadora do mundo: o Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e o Hemorio (RJ). Hoje, o retrato é outro. O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) – representante exclusivo no Brasil da JCI – fechou o ano de 2010 com 24 instituições acreditadas/certificadas, entre hospitais, ambulatórios, instituições de cuidados continuados etc. O número de ingressantes ao Programa de Acreditação Internacional JCI/CBA ampliou-se em 150%. De acordo com o presidente da Confederação Nacional de Saúde, José Carlos Abrahão, os médicos e enfermeiros começaram a enxergar a acreditação como um novo mercado de atuação.
“Atualmente, o médico necessita não só fazer uma especialidade clínica, mas também ter consciência e cultura em termos de gestão de serviços de saúde. E não há gestão de serviços de saúde, independente da especialidade médica que o profissional vá abraçar, sem se falar em acreditação”, afirmou em comunicado.
O médico Cláudio da Silva Carneiro atuava na direção de um hospital do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, quando resolveu fazer o curso de formação de avaliadores do CBA, em 1998. “Costumo dizer que o processo de Acreditação foi o passo mais significativo dado pela saúde desde minha formatura há mais de 35 anos”, assegura o médico, ressaltando que seus ganhos tiveram acréscimo de cerca de 20% após se especializar no tema.
Para a vice-presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, seção Rio de Janeiro (ABEN-RJ), Angela Cava, a acreditação é um novo campo de trabalho para os profissionais da categoria. Segundo ela, na maioria dos hospitais acreditados ou em processo de acreditação, o enfermeiro tem um papel preponderante como articulador e facilitador da condução de todos os processos de assistência e cuidados no âmbito hospitalar.
Outra experiência bem sucedida foi a da enfermeira Cássia Borges Gomes, que após deixar a gerência de uma instituição hospitalar onde atuou por seis anos, tomou conhecimento do curso de avaliadores em Acreditação Internacional. A aposta levou Cássia a atuar como avaliadora e consultora de educação do CBA. Essa experiência abriu caminho para um novo convite: o de ser Gerente de Processos e Qualidade da instituição de uma operadora de saúde, onde hoje atua.
O diretor do Cremerj, Arnaldo Pineschi, vê vantagens para o médico em trabalhar num hospital acreditado, já que é um ambiente de excelência de qualidade e cuidado. Ele também aponta benefícios para o paciente, que será atendido em um hospital que segue protocolos de segurança e qualidade. “A instituição preza e precisa cumprir essa excelência para ter essa referência mantida. Há vantagens para todos: o médico, os demais colaboradores e os pacientes”, disse em comunicado.
Abrahão afirma que o crescimento da demanda pelo processo de acreditação é uma clara demonstração de que cresceu a conscientização tantos dos gestores quanto da sociedade em utilizar um serviço de qualidade diferenciada.

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