A Medicina e a tecnologia estão convergindo no cuidado aos pacientes em um ritmo mais rápido do que a maioria das pessoas imagina.
Os avanços de tecnologias da era espacial aplicadas à saúde – do atendimento inicial, como a telemedicina, até os robôs cirurgiões – estão rapidamente se tornando comuns em muitos hospitais.
E o que poderemos esperar a seguir? Quais serão os benefícios que a tecnologia trará à Medicina no futuro próximo?
Este foi o tema do estudo realizado pelo Professor Atam Dhawan, do Instituto de Tecnologia de Nova Jérsei, nos Estados Unidos, especialmente para uma Conferência sobre Engenharia, Medicina e Biologia, que se realizará em Boston, em Agosto.
Futuro da Medicina
O evento, considerado como a maior reunião mundial de bioengenheiros, tem por objetivo analisar profundamente o futuro da Medicina.
“Nosso objetivo é investigar quais as tecnologias de engenharia biológica e biomédica que tendem a se tornar importantes na próxima década,” afirmou Dhawan. “Um amanhã mais saudável consiste em avanços que vão desde biomarcadores para o diagnóstico precoce e o monitoramento de doenças, até a engenharia de sistemas neurais.”
Foram identificadas cinco novas “áreas quentes” no campo da bioengenharia. Segundo Dhawan, é aí que a Medicina e a eletrônica irão se unir e exercer o maior impacto sobre a vida das pessoas.
Tecnologias para o atendimento médico
“é através das tecnologias no ponto de atendimento que a Medicina pode ser exercida em situações individuais, que variam de monitoramento da saúde até a telemedicina,” diz o pesquisador.
Todas as soluções de atendimento médico dependerão da conexão entre os pacientes e os profissionais de saúde através de computadores.
Tratar as pessoas dessa maneira pode ter benefícios não apenas na forma de uma grande redução de custos, mas também do ponto de vista da qualidade do atendimento.
Dentro desta abordagem, a “engenharia de enfermagem” está se tornando rapidamente uma carreira do futuro. O mesmo ocorre com a vigilância, a tele-saúde, a gestão de informações de saúde em situações de desastres e várias outras.
Todas estas soluções dependerão de melhorias de hardware e de software, desenvolvidos especialmente para a área de saúde.
Bioeletrônica
Avanços entusiasmantes em várias áreas da neurociência estão sendo obtidos com os avanços rápidos verificados na bioeletrônica, na tecnologia de bio-nano-sensores (sensores construídos com nanotecnologia, usando materiais biológicos) e na engenharia neural.
Estes progressos tecnológicos são fundamentais para enfrentar os desafios de melhorar os conhecimentos básicos do sistema nervoso, a neurofisiologia e os distúrbios neurológicos e para desenvolver dispositivos de interface com tecidos neurais.
Engenharia de tecidos
A engenharia de tecidos e a Medicina regenerativa é considerada por muitos como a onda do futuro.
O advento de terapias baseadas em células-tronco colocou a Medicina regenerativa no centro das atenções.
A terapia gênica também vai desempenhar um papel mais importante nesta nova era da Medicina.
Imageamento óptico
As tecnologias de imagens ópticas serão cada vez mais utilizadas para o diagnóstico e para o acompanhamento do câncer, das doenças cardiovasculares e outras doenças fibróticas.
As atuais pesquisas sobre imageamento molecular e agentes terapêuticos estão se centrando na descoberta e uso de alvos moleculares naturais para tratar as diversas doenças.
Essas pesquisas também buscam novas abordagens para encontrar forma melhores de explorar as diferenças associadas com os alvos moleculares – entres os estados normal e doente.
Bio-robôs
Cada vez mais, os pacientes verão robôs médicos ou bio-robôs se tornando uma parte importante no seu atendimento e nos seus tratamentos.
“Estes robôs irão desenvolver novos micros e macros dispositivos para auxiliar no diagnóstico, cirurgia, prótese, reabilitação e apoio domiciliário,” afirmou Dhawan.
“As aplicações clínicas, terapêuticas e cirúrgicas dos robôs médicos com instrumentação avançada, sensores, atuadores e sistemas de tempo real podem ter um impacto revolucionário na Medicina e no cuidado da saúde,” conclui ele.
Fonte: Diário da Saúde