Uma extensa e polêmica agenda de votações somada à crise que se instalou recentemente no Ministério dos Transportes darão o tom da volta do Congresso. Depois das férias de 15 dias, deputados e senadores retomam nesta segunda-feira (1º) suas atividades em Brasília.
Na Câmara, o governo quer priorizar a saúde, com a votação da chamada Emenda 29. A proposta define que a União deverá investir 10% da arrecadação de impostos na área, Estados, 12%, e municípios, 15%.
Segundo o vice-líder do governo, Hugo Leal (PSC-RJ), há acordo para que o texto seja levado a plenário.
– Houve um acordo entre os líderes com o governo de fazer a regulamentação. […] A maior demanda do país no momento é a saúde e essa sensibilidade o governo já mostrou.
A Emenda 29, na realidade, já foi aprovada pelo Senado em 2000, mas falta votar sua regulamentação, feita por projeto de lei. A proposta ganhou importância após o fim da CPMF, imposto sobre movimentação financeira, em 2007. O texto definirá o que pode ser contabilizado como gastos em saúde, já que hoje em dia governadores e prefeitos incluem gastos diversos (saneamento, merenda escolar e aposentadorias) para atingir a porcentagem mínima exigida.
Para que os deputados analisem a emenda, no entanto, terão antes que se debruçar sobre o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), novo programa do governo para o ensino técnico, cujo orçamento será de R$ 1 bilhão em 2011. O projeto foi enviado pelo Executivo com urgência, o que tranca a pauta das sessões extraordinárias e inviabiliza a votação da Emenda 29.
A base do governo, porém, terá que negociar com a oposição. PSDB, DEM e PPS chegaram a condicionar a votação da emenda à retirada do pedido de urgência do Pronatec.
Fonte: SisSaúde