Popularmente conhecida como inflação médica, a Variação do Custo Médico e Hospitalar (VCMH) deve alcançar o índice de 18,09% no Brasil, de acordo com um estudo global elaborado pela consultoria Aon.
é um crescimento de 11,2% e, relação ao ano passado, que foi de 16,12%, e é três vezes a inflação geral do país, projetada em 7,01% pelo último Boletim Focus, e bem maior que a média mundial, estimada em 10,15%.
Os principais fatores para o avanço do indicador, de acordo com Humberto Torloni Filho, vice-presidente de benefícios globais e contas estratégicas para a América Latina da Aon, são a valorização do dólar frente ao real, uma vez que equipamentos e medicamentos em sua maioria são importados; o déficit contínuo de leitos hospitalares privados nos grandes centros urbanos, além da pressão da classe médica por melhorias no valor dos honorários.
A demanda desordenada é outro motivo que chama a atenção. Torloni Filho chega a afirmar que uma grande parte dos usuários não sabe usar corretamente o plano de saúde. “Existem muitas pessoas que ainda tem como costume procurar prontos socorros para solucionar problemas de saúde específicos, que na realidade devem ser atendidos em consultórios, clínicas, ou hospitais de referência. Agindo dessa maneira inadequada, o paciente perde tempo realizando exames e tratamentos desnecessários, sem que o problema seja de fato resolvido”, exemplifica. De acordo com o executivo, somente a correta gestão dos benefícios de saúde por parte das consultorias pode reduzir o número de usuários que recorrem ao plano sem qualquer critério.
As internações representam aproximadamente 50% dos custos da assistência médica privada no Brasil, seguidas pelas consultas (25%) e exames (20%). Os outros casos são responsáveis por 5% da demanda.
Panorama global
O levantamento da Aon foi realizado em 84 países de todos os continentes e mostrou que a média mundial da inflação médica deve registrar índice de 10,15% em 2015, queda de quase 1% em relação ao ano passado, que foi de 10,34%. Apesar de haver baixas e alguns continentes, ásia, Europa e América Latina deverão elevar suas taxas.
Veja quadro a seguir:
COMPARATIVO
Inflação Planos de Saúde Privados versus Inflação Geral no Mercado
|
2014 |
2015 |
|||||
Região |
Inflação Geral |
Inflação Saúde |
Diferença |
Inflação Geral |
Inflação Saúde |
Diferença |
|
América do Norte |
1,73% |
8,50% |
6,74% |
1,75% |
6,50% |
4,75% |
|
América Latina e Caribe |
5,81% |
14,35% |
8,54% |
6,25% |
14,58% |
8,33% |
|
Europa |
1,78% |
5,94% |
4,15% |
1,99% |
6,01% |
4,02% |
|
Oriente Médio e áfrica |
5,25% |
12,28% |
7,03% |
4,90% |
12,03% |
7,13% |
|
ásia e Pacífico |
4,66% |
10,12% |
5,46% |
4,28% |
10,87% |
6,59% |
|
Mundo |
4,23% |
10,34% |
6,11% |
4,00% |
10,15% |
6,15% |
De acordo com Torloni Filho, o motivo que leva o avanço da inflação médica na América Latina e ásia é a retração da participação do poder público nos custos de saúde, que obriga o setor privado a absorver cada vez mais responsabilidades.