Os CEOs do
setor de saúde e segmentos agregados (farmacêutica, biotecnologia e equipamentos médicos) estão relativamente otimistas sobre a economia e confiantes que haverá um fortalecimento da receita. Mesmo assim, demonstram preocupação com os impactos negativos das constantes mudanças regulatórias e do comportamento do consumidor. O foco do setor é o uso de
tecnologias para agregar valor de forma diferenciada, desenvolvendo parcerias estratégicas e dinâmicas. Outra prioridade é a otimização contínua de custos.
As conclusões são da 18ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC, que reúne informações de mais de 1.300 CEOs de 77 países. Em linhas gerais, os CEOs do setor esperam um 2015 promissor: 43% acreditam que a economia irá melhorar este ano. Menos da metade não está tão confiante em relação ao cenário econômico. A maior parte deles acredita que o setor será capaz de gerar receitas mais altas tanto no curto quanto no logo prazo.
Ao todo, 79% esperam aumentar suas vendas nos próximos 12 meses e 87% apostam num crescimento sustentado dos negócios nos próximos três anos. Para manter a lucratividade, 74% dos entrevistados planejam cortar custos. Outra aposta é a de que o crescimento no faturamento virá de mercados considerados “maduros”. Apesar disso, 22% estão com os interesses voltados para mercados como a China.
Ansiedade – A pesquisa também ouviu os executivos sobre as suas maiores preocupações. Os principais itens citados foram o risco de excesso de
regulação do setor e como governos em situação de desequilíbrio das contas públicas vão lidar com o déficit fiscal e a disponibilidade de recursos para os serviços básicos à sociedade.
O estudo mostra que 71% dos entrevistados estão preocupados com as mudanças na regulamentação do setor, enquanto 63% sentem desconforto com os novos padrões de comportamento do consumidor. O aumento na competição, com a entrada de novos players, é outro motivo de receio. Um detalhe importante é que, em relação a esta questão específica, os CEOs do setor demonstram menos ansiedade do que os de outras áreas.
Vale ressaltar que as análises da PwC apontam a saúde e segmentos agregados no topo da lista das áreas que são alvo dos interesses das companhias que atuam em outros setores, empatando com a tecnologia. Mais da metade dos CEOs antecipa que seus negócios irão aos poucos competir em novos setores nos próximos três anos. Algumas empresas, à frente nessa tendência, já iniciaram a transição. Por outro lado, na área de saúde, acontece um movimento semelhante: 29% dos entrevistados expandiram as operações de suas empresas para outros segmentos e 24% avaliam adotar a mesma estratégia.
Mundo digital – Tecnologias móveis para engajamento de consumidores, segurança da informação e data mining (conjunto de processos de business inteligence para agregar, organizar e analisar dados de forma sistêmica) estão entre as soluções de tecnologia que os CEOs do setor consideram estrategicamente relevantes. Eles também destacam o potencial da robótica e dos gadgets – smartwatches e Google Glasses, entre outros. Entretanto, 60% estão apreensivos com a velocidade das transformações tecnológicas e 71% não escondem a desconfiança com a
segurança na internet. é um ponto de alta relevância quando está em jogo uma questão crucial para o negócio: a confidencialidade das informações sobre os clientes.
Nessa perspectiva, a 18ª CEO Survey ouviu os entrevistados sobre como os executivos da área de sáude estão maximizando o valor dos investimentos em tecnologia. Quase todos acreditam que é vital ter uma clara visão estratégica. Eles ressaltam a importância de que os CEOs sejam usuários e demonstrem intimidade com os recursos tecnológicos como característica importante neste ambiente. A CEO Survey indica que as recompensas valem o empenho. Os CEOs reportam os esforços voltados para a credibilidade digital e a experiência do cliente – nichos em que, no geral, a cadeia da saúde e segmentos agregados, estão à frente das demais. Citam ainda a melhoria da eficiência operacional das empresas e da análise de informações.
Alianças – Um número significativo de CEOs do setor planeja firmar novas alianças este ano. A maior parte quer fazer parcerias com universidades, clientes e com entidades governamentais. Entre as principais razões alegadas para o investimento nas relações institucionais está o acesso a novos consumidores e regiões de mercado, os ganhos proporcionados pela inovação (de processos e tecnologias) e a melhoria na reputação das marcas.
Em relação ao mercado de trabalho, os CEOs planejam ampliar as contratações, embora não estejam satisfeitos o nível de oferta de talentos com qualificações específicas. Comparados com os CEOs de outros setores, os da área de saúde se revelam menos propensos a buscar profissionais de outros países para atuar nas regiões de suas operações. Uma conclusão que preocupa é o fato desses executivos não terem despertado para a promoção da diversidade (cultural, racial e de gênero, entre outras) como diferencial competitivo. Esse resultado sugere a necessidade de que repensem as suas políticas e práticas de gestão de pessoas.
Fonte: Maxpress