Desde o início do ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a dar prioridade à análise e ao registro de medicamentos genéricos em detrimento dos de marca. Como consequência, no primeiro trimestre foram aprovados 73% mais genéricos em comparação com 2010.
A determinação do presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, já teve impacto: as vendas dos genéricos – que possuem ação idêntica ao remédio original – cresceram 32% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos), foram comercializadas 123,7 milhões de unidades de genéricos nos três primeiros meses do ano.
“O Estado olha para o interesse público, e a entrada dessas drogas no mercado tem um impacto direto na redução de 35% do preço”, afirma Barbano. Com o crescimento das vendas, esse tipo de medicamento passou a representar 25% do mercado no País.
Para Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos, o bom desempenho dos genéricos no mercado reflete o reconhecimento da população às medidas do Ministério da Saúde e da Anvisa.
De acordo com Finotti, o fato de o governo federal entregar drogas para hipertensão e diabete nas farmácias populares de graça também ajudou a aumentar as vendas.
“Os medicamentos desse programa são genéricos. E têm o impacto do comodismo. As pessoas vão buscar o remédio de graça e acabam comprando outros que precisam”, diz Finotti.
Ainda de acordo com o presidente da Pró-Genéricos, os dados do primeiro trimestre mantêm o mercado de genéricos como o segmento que mais cresce no setor farmacêutico. “Alcançamos 25% de participação. Nunca crescemos tanto”, diz ele. O objetivo é chegar a 30% do mercado até o fim de 2012.
Para pôr em prática a determinação, a Anvisa estabeleceu um conjunto de medidas para priorizar a aprovação.
Primeiro, serão analisados os medicamentos genéricos que são inéditos (aqueles que, por enquanto, só existem os de marca no mercado). Depois, serão analisados os genéricos pouco competitivos no comércio. Por fim, a Anvisa vai avaliar os pedidos de registro de genéricos usados para tratar doenças estratégicas para o Ministério da Saúde, como diabete e hipertensão.
Prioridade. Seguindo esses critérios, há 69 genéricos em análise prioritária na Anvisa. Desses, 51 são medicamentos novos – o que significa que, em poucos meses, 51 drogas inéditas poderão chegar ao mercado. Entre elas, estão remédios para esquizofrenia, colesterol e hipertensão.
Ao todo, há pouco mais de mil pedidos de registro de drogas genéricas e similares (medicamentos com ação parecida com a do remédio original, mas que não garantem o mesmo efeito clínico) em andamento na agência e 13 pedidos de remédios de marca.
Fonte: Estadao.com