é no município de Assis, interior de São Paulo, que Ezilda Zandonadi Machado mora e trabalha. Ela é coordenadora de tecnologia da informação do AME (Ambulatório Médico Especializado) da cidade. Embora hoje aplique seus conhecimentos na área da saúde no interior paulista, já atuou desenvolvendo projetos de TI em várias empresas, inclusive na Europa.
Aos 45 anos, casada e mães de dois filhos, a profissional atua como gestora do setor de TI, e é responsável pelos fluxos dos processos para que eles estejam sempre alinhados com as estratégias da instituição e para garantir a boa utilização e funcionamento dos
sistemas de gestão. Sua formação engloba a graduação em administração de empresas, especialização em análise de sistemas e MBA em gestão de projetos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
“Por ter trabalhado em empresas privadas de grande porte, onde o cumprimento de metas e a produtividade sempre foram o intuito das atividades, tento levar esta visão para o AME e junto com os demais gestores estamos conduzindo nossas equipes a trabalharem com este objetivo, além de focar na humanização e bom atendimento, explica”.
Uma das medidas para incentivar um atendimento mais eficiente e humanizado foi a adoção do
PEP (Prontuário eletrônico), para minimizar o uso de papéis. Atualmente, todas as evoluções, prescrições, imagens e resultados de exames são inseridos no sistema em tempo real. A equipe de TI do AME se dedica para que o sistema seja bem utilizado.
Além de ter atuado em grandes empresas, principalmente do setor agrícola e em fábricas de software, Ezilda também trabalhou fora do país. Em 1999, foi para Portugal como consultora de um projeto ao lado de seu marido, Osmar. O plano do qual participaram foi o primeiro a ser finalizado dentro do prazo e do custo em toda a história da consultoria.
Seu know-how na área de TI dão a ela uma visão ampla de como a tecnologia pode auxiliar no desenvolvimento dos serviços de saúde. A integração das informações, por exemplo, é uma de suas teses para um atendimento mais rápido, eficiente e humanizado. De acordo com ela, o sistema deveria ser totalmente integrado, permitindo que postos de saúde, hospitais, AMEs, UPAs e SAMU compartilhassem das mesmas informações.
Ao ser questionada sobre o que espera para o setor de saúde daqui a 20 anos, Ezilda diz que sua expectativa é que todos os brasileiros tenham acesso mais rápido aos recursos médicos e que o SUS funcione da forma como foi concebido. Afinal, não basta ter as informações dos pacientes armazenadas, elas precisam estar disponíveis para gerar conhecimento e se transformar em novos projetos que auxiliem na prevenção de doenças e epidemias.
“Vejo grandes oportunidades de trabalho para aqueles que estiverem preparados e se interessarem em unir tecnologia com a área de saúde. Neste setor, devemos ter um olhar diferente dos demais, pois além de ser produtivo e eficaz lidamos com vidas, com pessoas que estão debilitadas de alguma forma e, por mais contraditório que pareça, a tecnologia pode contribuir com a humanização da saúde. Isto é gratificante!”.
Texto publicado originalmente na revista Wareline Conecta – Edição 6 – Março/2014