Uma revolução tecnológica pretende conectar o mundo físico e o digital, tornando-os um só e permitindo que os dispositivos conversem entre si: a Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT, em inglês). A tecnologia é uma evolução de outras às quais já estamos acostumados, como PEP (prontuário eletrônico do paciente), Telemedicina e EMR (Registro Médico Eletrônico).
Uma das possibilidades que a IoT possibilita é o uso de ferramentas que agilizam procedimentos, como o Google Glass. Em um teste realizado na Universidade da Califórnia de São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, um cirurgião utilizou os óculos. Houve alguns problemas, com os comandos de voz não respondendo muito bem, mas o médico pode acessar as imagens de raio-x durante a cirurgia, perdendo menos tempo.
Entre outros dispositivos que já existem estão camisetas com sensores para monitoramento da frequência cardíaca e temperatura, sensores ingeríveis para verificar como medicamentos agem no organismo e até chips embutidos na pele para monitorar os níveis de açúcar.
Segundo a consultoria Gartner, entre 2014 e 2015, houve um aumento de 30% no uso de aparelhos inteligentes, alcançando 4,9 milhões de dispositivos conectados no período, e esse número deve chegar a 23,4 milhões, em 2017, e 25 bilhões, em 2020.
No Brasil, o uso de muitas dessas tecnologias ainda não é concretizado, mas é um caminho sem volta. A quantidade de dados obtidos com os dispositivos auxiliam na tomada de decisões, que são mais certeiras e menos arriscadas, como a prescrição de um remédio para alguém que tenha alergia: os dados irão levar um alerta ao médico, oferecendo outras opções, tornando a consulta mais eficiente.
Comunicação em rede
Há muitos anos, era comum as famílias brasileiras serem atendidas por um único profissional, focado em atenção básica, que era o Médico da Família. Com a evolução da medicina especializada, pacientes e médicos foram se tornando cada vez mais distantes e o atendimento foi sendo centralizado nos hospitais.
Oferecer um atendimento mais humano e personalizado, sem comprometer a eficiência dos negócios é o desafio atual. é comum que muitos pacientes entrem em contato com médicos através de outras plataformas, como redes sociais, WhatsApp e SMS, o que pode prejudicar a instituição e a segurança da informação. Compartilhar o número pessoal para um contato profissional pode gerar desconforto, além de não permitir remuneração extra ou mesmo saber quais informações estão sendo compartilhadas, mesmo que a instituição permaneça sendo responsável pelo cuidado, o que pode acarretar problemas legais.
Com a comunicação correta, as instituições só têm a ganhar: as equipes ficam mais colaborativas e eficientes, que transforma-se em um ciclo, com assistência de maior qualidade ao paciente e com menos propensão ao erro.
Os pacientes também querem um atendimento digital mais próximo dos médicos, principalmente devido à proliferação do acesso a equipamentos eletrônicos, tais como tablets, smartphones e notebooks. Dados da pesquisa Cisco Customer Experience Report comprovam essa tendência: ela avaliou a relação entre médicos e pacientes e apontou que 85% dos pacientes brasileiros percebem que a comunicação online médico-paciente proporciona um acompanhamento de saúde mais regular; e 97% dos pacientes ficam satisfeitos em ter comunicação online com seus médicos.