O trabalho de profissionais de comunicação e marketing para captação de recursos no terceiro setor é muito recente. Entidades mais organizadas perceberam que era preciso profissionalizar para crescer e sobreviver. Ter o foco no planejamento, gestão, metas e visão por resultados.
Em 2001, saí de uma grande multinacional para atuar numa organização do terceiro setor. Com emprego sólido e promissor na área de marketing, uma decisão importante de futuro precisava ser tomada. Eu deveria continuar no mundo empresarial ou partir para o inesperado e fazer algo bom sem vislumbrar grandes ganhos monetários? Resolvi escutar o coração e levar os conhecimentos adquiridos na faculdade e no meio empresarial para uma importante instituição da área do câncer infantil.
é fundamental a atuação de um profissional da área de marketing no comando das atividades e uma equipe bem alinhada com o planejamento. Ações de marketing como campanhas para arrecadar verba, eventos e todo tipo de iniciativa que divulgue o nome da instituição refletem positivamente na captação de recursos. Um cronograma com metas a serem alcançadas é o primeiro passo para o sucesso.
Não desanimar no primeiro ‘não’, é fundamental. Muitos e muitos ‘nãos’ serão ouvidos. é preciso acreditar, sonhar e, principalmente, persistir. Ouvi uma vez de um líder de uma instituição uma frase que gravei para sempre: “é preciso bater à porta até que ela seja aberta”.
Mas como construir um departamento de marketing se a instituição não tem recursos necessários para assumir os custos?
Algumas alternativas, como parcerias com empresas da área de comunicação para a elaboração de material institucional e um planejamento de marketing, são um bom começo. Com a implantação de um sistema simples de gestão de marketing de relacionamento (CRM) é possível obter significativos ganhos de recursos. Assim, a área fica mais preparada para atuar na busca de contribuintes para o sistema, os chamados sócios, que doam mensalmente com valores diversos.
Com essa pequena ilustração da área de comunicação e marketing do Boldrini, espero contribuir para o desenvolvimento e o aprimoramento das mais diversas instituições sociais, inclusive hospitais filantrópicos e santas casas. Mais que o ganho financeiro, precisamos pensar em qual é nossa missão neste planeta. Mais que a razão, ouvir o coração. Nele guardamos nossos desejos, anseios, nossa essência de ser. Precisamos “ser” mais do que “ter”!
Fábio Giangrande é gerente de marketing do Boldrini