42 mil leitos foram desativados nos últimos sete anos, aponta pesquisa

42 mil leitos foram desativados nos últimos sete anos, aponta pesquisa

Na rede pública de saúde, quase 42 mil leitos foram desativados nos últimos sete anos. Dentre as especialidades mais atingidas com o corte estão psiquiatria (-9.297 leitos), pediatria (-8.979), obstetrícia (-5.862), cirurgia geral (-5.033) e clínica geral (-4.912). As informações integram análise do Conselho Federal de Medicina (CFM) que aponta aspectos que dificultam o trabalho do médico, como a falta de investimento e de infraestrutura. Confira a queda de leitos disponíveis no Sistema único de Saúde (SUS) em cada estado:
“Os gestores simplificaram a complexidade da assistência à máxima de que ‘faltam médicos no país’. Porém, não levam em consideração aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho eficientes para profissionais da saúde, e, principalmente, de um financiamento comprometido com o futuro do Sistema único de Saúde”, afirma, em comunicado,  o presidente do CFM, Roberto Luiz d’ávila.
Para o Ministério da Saúde, a queda de leitos representa uma tendência mundial devido aos avanços em equipamentos e medicamentos que possibilitam o tratamento sem necessidade de internação do paciente. Mas apesar da nova tendência, o governo alega que tem investido na criação de novos leitos hospitalares, como a meta de criar 1.783 novos leitos para o SUS em 2012 ante 1.296 habilitados em 2011.
O levantamento teve como base os dados apurados junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, nos meses de outubro de 2005 e junho de 2012. A pesquisa  considerou ainda os chamados leitos complementares (Unidades de Terapia Intensiva e Unidades Intermediárias).
DEMOGRAFIA – Atualmente, o Brasil é o quinto país do mundo em número absoluto de médicos, com mais de 371 mil profissionais registrados e razão de 1,95 médicos por mil habitantes. Para o CFM, o número de médicos no país é suficiente. O que faltam, no entanto, são políticas públicas que valorizem esses profissionais e que os estimulem a se fixarem em regiões desassistidas.
Pesquisa recente do CFM apontou que 72% dos médicos brasileiros estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Para garantir a fixação do médico em regiões mais distantes, a entidade defende a criação de uma carreira de Estado aos moldes da magistratura.
SUBFINANCIAMENTO – A análise do Conselho Federal de Medicina também mostra que países com mais médicos por grupo de mil habitantes – em especial aqueles comumente citados como modelos pelo Ministério da Saúde – são conhecidos também pela maior participação do Estado no financiamento da saúde.
Os dados, analisados sob a ótica dos recursos públicos aplicados na saúde, evidenciam que, onde o setor público investe proporcionalmente mais que o privado, há a tendência de melhores resultados em indicadores como o índice de Desenvolvimento Humano (IDH), expectativa de vida e taxa de mortalidade neonatal. Dentre os países com sistema universal de saúde, o Brasil aparece com o menor percentual de participação do setor público (União, estados e municípios) no investimento per capita em saúde.

Fonte: Saúde Web

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