Custo hospitalar é um dos temas mais importantes dentro de uma instituição de saúde — e também um dos mais desafiadores. Importante porque impacta na qualidade e na segurança do atendimento, que são pilares de um hospital, e está totalmente atrelado à sustentabilidade da instituição. E desafiador porque muitos hospitais enfrentam dificuldades em entender, controlar e aplicar uma gestão eficaz de custos.
E por que isso acontece?
Muitas vezes, a dificuldade já começa com a falta de clareza sobre o que realmente é custo e o que é despesa, o que prejudica a alocação correta dos recursos. Outras, por não se ter as pessoas certas, critérios adequados para o rateio e nem as ferramentas necessárias para isso.
Com isso, os custos hospitalares podem comprometer a eficiência operacional e os resultados financeiros do hospital. A verdade é que o hospital pode estar perdendo dinheiro sem perceber!
Para ajudar as instituições de saúde, recebemos no 10º episódio do ConecteAqui a especialista em custo hospitalar Marta Braga, que esclareceu as principais dúvidas e também compartilhou dicas importantes para os gestores. Neste conteúdo, vamos trazer os principais pontos da conversa. Mas, antes de tudo, é importante definir o que significa custo hospitalar.
Em termos simples, custo hospitalar é todo o esforço financeiro necessário para manter a atividade-fim do hospital — que é a prestação dos serviços de saúde. Ou seja, envolve todos os gastos diretamente atribuídos ao atendimento do paciente. Exemplos:
O custo é considerado variável porque pode aumentar ou diminuir de acordo com a demanda de atendimentos ou procedimentos realizados.
Já despesas são todos os gastos que sustentam a operação, mas não estão diretamente ligados ao processo de atendimento ao paciente. Exemplos:
As despesas são geralmente fixas e não variam com a quantidade de serviços prestados. São necessárias para o funcionamento geral do hospital, independentemente do número de pacientes atendidos.
Atualmente, ainda é muito comum haver confusão entre custos e despesas, e isso pode atrapalhar um dos passos iniciais para a gestão de custos: os critérios de rateio. A chave está em identificar o que impacta diretamente a operação hospitalar e o que serve como suporte. Quando isso acontece, é possível alinhar alguns fatores que ajudam em uma gestão eficiente de custo.
Quando um hospital decide implementar um processo de gestão de custos, um dos primeiros passos é estabelecer os centros de custos e um critério de rateio. Esses centros podem ser classificados em produtivos (como a unidade de internação ou centro cirúrgico) e de apoio (como a lavanderia, a nutrição ou o setor de TI).
Já o critério de rateio é que ajuda a alocar os custos comuns entre diferentes setores, com base em fatores como volume de serviços prestados ou recursos consumidos.
Por exemplo, ao ratear o investimento com um sistema de TI, muitos gestores cometem o erro de alocar esse valor apenas no setor de TI. No entanto, como todos os departamentos do hospital utilizam o sistema, a despesa deve ser distribuída entre várias áreas, como faturamento, administração e enfermagem.
A escolha de um critério de rateio adequado é essencial para obter um custo realista e justo para cada setor. Vamos citar outros dois exemplos:
Um bom critério de rateio é aquele baseado no que cada setor realmente consome. Com critérios bem definidos, é possível chegar mais próximo do custo real de cada setor, o que impacta diretamente na tomada de decisões estratégicas.
Uma gestão de custos hospitalares eficiente exige um profissional dedicado e especializado, que conheça profundamente a instituição e os números. Marta ajuda a entender qual é o perfil ideal desta pessoa.
Muitos hospitais terceirizam essa função, o que é uma alternativa. Mas manter alguém interno dedicado à gestão é essencial para um acompanhamento contínuo dos custos e revisão dos critérios de rateio, que devem ser ajustados à medida que os processos do hospital evoluem.
Tradicionalmente, muitos hospitais tentam gerenciar seus custos por meio de planilhas do Excel, o que, embora possível, exige grande esforço manual e oferece pouca flexibilidade. Os custos são frequentemente alocados de maneira imprecisa, e a falta de integração entre os diferentes setores dificulta a apuração dos números reais.
É aqui que a tecnologia se torna uma aliada. Sistemas de gestão hospitalar modernos, como o conecte/w, da Wareline, permitem que a apuração de custos seja realizada de forma automática, com dados atualizados em tempo real.
O sistema ajuda a calcular os custos diretos e também as despesas, que são os custos indiretos, como o consumo de energia, água e materiais, garantindo que a alocação seja feita corretamente. Além disso, mostra o que as planilhas não conseguem: os custos de setores que trabalham para outros setores (exemplo: a lavanderia atuando para o centro cirúrgico).
Um bom sistema de gestão também permite rastrear todas as informações, garante a integridade dos dados e possibilita o acesso a relatórios completos e precisos.
Marta nos ajuda a elencar os três principais:
Esses relatórios são fundamentais para avaliar a saúde financeira da instituição, já que fornecem uma visão clara dos custos por setor, permitindo que os gestores tomem decisões informadas sobre onde cortar gastos ou onde investir.
Para fazer uma gestão de custos eficiente, é preciso entender a fundo os processos da instituição, definir critérios de rateio justos e ter uma pessoa capacitada e dedicada ao controle dos custos. A tecnologia pode ser uma grande aliada, mas é importante lembrar que a manutenção contínua dos dados e a capacidade de analisar os números de forma crítica são essenciais para garantir a precisão e a eficácia da gestão.
Se você quer saber mais sobre o tema, com exemplos reais, assista ao 10º episódio do ConecteAqui!
Investir em um sistema de gestão hospitalar robusto, com relatórios precisos e dados atualizados, pode transformar a maneira como um hospital controla seus custos. Se sua instituição está em busca de uma solução completa, entre em contato conosco!