A questão da segurança do paciente, assim como toda a área da saúde, sofreu impactos em meio à Covid-19. Antes da pandemia, 10% das internações que ocorriam anualmente no mundo eram decorrentes de eventos adversos — segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
E esses eventos vão desde administrações equivocadas de medicamentos até óbitos. Só que, em meio à pandemia, o que ficou ainda mais latente com relação à segurança do paciente e aos eventos adversos?
Falamos aqui sobre o que aconteceu dentro do hospital durante a Covid-19 e como instituições de saúde trabalham com núcleos específicos com foco em minimizar problemas e falhas que possam vir a ocorrer.
O Diretor Científico do Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente, Lucas Zambon, confirmou para a Wareline que a sobrecarga no sistema de saúde, causada pelo grande excesso de casos graves e complexos de Covid-19, trouxe muitos riscos e fez com que o cenário se tornasse propício aos eventos adversos.
Mas não foi só isso. Lucas Zambon aceitou participar da estreia do nosso podcast, o ConecteCast. Ele falou sobre segurança do paciente e trouxe reflexos e perspectivas diferentes sobre o assunto. Confira os principais pontos abordados pelo profissional:
O que acontece com a segurança do paciente na pandemia
O cenário é bastante desafiador porque o sistema de saúde está em seu limite em termos de capacidade de ocupação, com esgotamento de recursos e corpo clínico sofrendo com grande carga de trabalho.
E isso impacta na capacidade do sistema de saúde e das instituições de saúde em preservar a qualidade na execução das suas tarefas e, consequentemente, em viabilizar a segurança do paciente.
Sim, é possível diminuir acidentes
A segurança do paciente é extremamente dependente do fator humano. Os erros geralmente surgem por falta de treinamento, de conhecimento técnico, por sobrecarga de trabalho, volume de horas ininterruptas, indisponibilidade de recursos e até mesmo questões pessoais que vão para o ambiente de trabalho.
Então o ponto crucial a ser melhorado é o fator humano. Por um lado, identificar os erros para que não sejam mais cometidos; por outro, perceber como foram os acertos para tentar reproduzir e sustentar isso dentro de um sistema tão complexo como o da saúde.
Os 3 pilares principais para minimizar eventos adversos
Lucas Zambon elenca e discorre, no podcast, sobre os três fatores que considera primordiais para minimizar os riscos aos pacientes.
1º) Cultura de segurança do paciente
É o mais importante porque não está relacionado a só identificar os eventos adversos e tentar corrigi-los. É muito mais que isso. A cultura ideal é aquela em que absolutamente nada é colocado à frente da segurança do paciente, é aquela que privilegia a tomada de ação segura, que preza por uma comunicação e segurança psicológica em que os profissionais têm liberdade de expressar suas preocupações sobre o cuidado com o paciente.
Uma cultura de segurança do paciente ideal é aquela que privilegia a capacidade de resiliência do sistema frente aos eventos adversos, porque eles de fato existem. É a capacidade não só de evitá-los, mas de mitigar as consequências e buscar soluções para que não se repitam.
2º) Capacidade de reconhecer os eventos adversos
Nem sempre as instituições de saúde têm total visão sobre o que acontece nos corredores e no dia a dia. Se a literatura diz que 10% das internações são decorrentes de eventos adversos, os gestores precisam saber se essa proporção é parecida em seu hospital. É preciso ter precisão da informação do que acontece de fato, o que pode ser feito buscado nas comissões de óbitos, de prontuários e nas movimentações no SAC e ouvidoria, por exemplos.
3º) Capacidade de dar respostas aos problemas anteriores
Criar planos de ação e de melhoria. Diante de um problema, ser capaz de reagir e de implementar no sistema uma solução forte para que não haja recorrência.
A tecnologia vem como grande aliada
Parte das soluções de resposta aos eventos adversos passam por incorporação de tecnologia — em todos os segmentos. Na saúde, há exemplos para evitar danos e minimizar efeitos adversos, como as bombas de infusão e os monitores usados em centros cirúrgicos e UTIs.
O próprio Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) permite a criação de alertas ou travas dentro de prescrições que minimizem erros de dosagem e da via de medicação, por exemplo.
Então a incorporação da tecnologia vem como apoio ao fator humano e os indicadores são fundamentais para que os gestores não “naveguem às cegas em mar bravio”. Para Lucas Zambon, é impossível fazer gestão de segurança e de qualidade sem definição de indicadores. Se houver um sistema de gestão que incremente a informação, o resultado é ainda mais satisfatório.
Um software de gestão hospitalar que possua o módulo de BI integrado é fundamental para agrupar esses indicadores. A Wareline conta com a solução Conecte/w Indicadores, que gerencia indicadores estratégicos, reunindo-os em painéis, gráficos e dashboards dinâmicos e intuitivos, que possibilitam análises mais minuciosas e decisões mais assertivas.
Telessaúde: os benefícios e os riscos
Lucas Zambon explica que a telessaúde, embora tenha sido instituída às pressas no Brasil, tem sido praticada há mais tempo mundo afora e, por isso, é possível obter insights daquilo que funciona (ou não).
Para ele, as 3 principais vantagens, principalmente pensando no Brasil, são:
– Facilidade de acesso em um país de longas distâncias e disparidades;
– Otimização do uso de serviços físicos;
– Menos impactos secundários: deslocamento físico, engarrafamento, estresse, etc.
Mas, como em qualquer atividade, é preciso entender quais são os limites éticos e técnicos da telessaúde. Com protocolos e políticas bem estabelecidas e guiadas por um sistema de gestão hospitalar como o da Wareline, é possível mitigar riscos no ambiente virtual e usufruir dessa tecnologia que veio em um momento extremamente oportuno.
Assim que a pandemia começou, a Wareline passou a focar em adaptar o sistema para essa nova dinâmica do atendimento no País. Assim, adaptou seu sistema e criou funcionalidade que garantem a segurança que a telemedicina demanda, bem como a agilidade e praticidade que o médico e o paciente merecem. Saiba mais aqui.
E agora, o que podemos esperar para o pós-pandemia?
O presidente do Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente tem uma visão esperançosa e otimista do pós-pandemia. Ele cita o papel da ciência e das instituições de saúde, que foram rápidas em dar respostas e resilientes em buscar soluções.
Neste artigo, fizemos apenas uma prévia do que Lucas Zambon abordou no podcast sobre segurança do paciente realizado aqui pela Wareline. Ouça o material na íntegra:
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