Diagnóstico feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que a constante falta ao trabalho dos profissionais de saúde provoca impactos substanciais na prestação de serviços hospitalares. O levantamento também aponta que apenas 6% dos hospitais não têm problemas de superlotação, e que 64% das unidades de saúde sempre estão com o número de pacientes maior do que a lotação máxima. Em 81% dos hospitais, o principal problema é a falta de profissionais.
O tribunal fez o levantamento em 116 hospitais públicos de todos os estados brasileiros, que concentram pouco menos de 9% dos leitos da rede pública de saúde, e aponta para um desequilíbrio entre o número de médicos das capitais e das cidades do interior. Enquanto nas primeiras há 4,56 médicos por mil habitantes, nas pequenas cidades a proporção é de pouco mais de um médico por mil habitantes.
Outro problema grave, apontado no diagnóstico do TCU, é o atendimento de pacientes com baixa gravidade nas unidades de urgência ou de emergência. Dos gestores entrevistados, 58% disseram que metade dos pacientes com atendimento especial poderiam ter os problemas resolvidos na atenção básica.
Também foi levantado pelo tribunal que 73% dos gestores dos hospitais analisados acham que a estrutura do seu local de trabalho é inadequada parao atendimento. Além disso, 23% dos hospitais têm equipamentos de alto custo subutilizados ou sem uso, devido à estrutura do imóvel.
Além disso, a auditoria também mostrou que o aumento de demandas judiciais, com o objetivo de garantir medicamentos e procedimentos que não estão previstos no Sistema único de Saúde (SUS), tem trazido preocupação aos gestores da saúde municipal, estadual e federal, pois, muitas vezes, “essa interferência despreza fluxos e protocolos existentes, impõe a realização de tratamentos extremamente onerosos e resultam em inversão de prioridades nos gastos com medicamentos, com grave impacto na programação anual de saúde”.
De acordo com o TCU, na esfera federal, os gastos com medicamentos e insumos para cumprimento de decisões judiciais passaram de R$ 2,5 milhões, em 2005, para R$ 266 milhões no ano de 2011.
Fonte: SaúdeWeb