A captação de dados na área de saúde nunca esteve em momento melhor: com o avanço constante da tecnologia, a informatização de dados dos pacientes e aplicativos pessoais que coletam dados, é possível analisá-los para melhorar a saúde de uma população.
O Dr. Oliver Harrison, VP da Healthways International, demonstrou no Fórum ASAP 2015 que diferentes dados com focos distintos podem dar uma maior visão populacional, permitindo entender melhor alguns riscos e se antecipar a eles.
Harrison afirmou que a melhor análise (insights) dos dados é mais importante que uma grande quantidade dos mesmos. Para ele, há quatro grupos nos quais os dados podem ser encaixados e, assim, podem proporcionar conclusões importantes:
– Estatística descritiva: é a amostra mais ampla, na qual os dados são necessários e permitem uma análise de fatores de riscos e oportunidades econômicas, como a definição de políticas públicas.
– Estratificação de risco: os dados da população são divididos em grupos de gênero, idade e outros, para priorizar e decidir pontos prioritários para intervenção, como, por exemplo, qual idade e gênero tem mais propensão a ataques cardíacos.
– Avaliação de risco individual: como o nome diz, são análises populacionais, mas que permitem a criação de probabilidades de risco e modelos dinâmicos de risco pessoal.
– Gestão de risco personalizada: os dados precisam ser enviados em tempo real, combinando a tecnologia de ponta com o monitoramento do indivíduo.
Para obter esses dados da forma necessária para que a análise seja realizada de maneira correta e completa, é preciso diferentes tipos de tecnologia que conversem entre si e abranjam todos requisitos. Entretanto, há algumas barreiras para a implementação dessas tecnologias e que dificultam essa adoção.
Uma pesquisa realizada pela IBM e pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) mostrou quais são os obstáculos, que são desde dificuldades financeiras e até de falta de treinamento para obter os dados. A habilidade de conseguir coletar as informações é a maior dificuldade, seguida pela cultura de não compartilhar informações e a falta de conhecimento de como as análises poderiam auxiliar no desenvolvimento do negócio.
Entretanto, com a evolução da tecnologia, com o advento dos sistemas de gestão hospitalar, que auxiliam na troca de informações, dos Prontuários Eletrônicos dos Pacientes, Assinatura Digital, Wearables (tecnologias vestíveis que podem fornecer informações importantes, como monitoramento cardíaco), a possibilidade de se adquirir mais – e melhores – dados para análises é possível. Agora é importante avaliar como serão feitas as análises desses dados, as campanhas que podem ser criadas para grupos de risco e, assim, melhorar a saúde da população como um todo.