Números do Ministério da Saúde mostram o tamanho do problema enfrentado por quem busca atendimento nos hospitais, faltam leitos, principalmente na rede particular.
Só na Região Metropolitana de São Paulo, 15 hospitais privados fecharam as portas, nos últimos cinco anos.
Os doentes chegam, mas têm uma surpresa desagradável. Um hospital particular, na Zona Oeste de São Paulo, fechou as portas no início do mês.
“é difícil, eu estou precisando”, reclamou uma paciente. Zenaide tem plano de saúde. Com fortes dores na coluna, precisou procurar atendimento em outro lugar. “é sentir mais dor, mais humilhação e raiva”, disse.
O fechamento de hospitais prejudica principalmente a população de baixa renda. Outro hospital da capital que parou de funcionar tinha 200 leitos e a maioria era destinada a pacientes do SUS.
“Eles não deixaram nem entrar. Vou levar em outro hospital, se eu achar”, contou uma mãe.
Segundo o IBGE, entre 2005 e 2009 o país perdeu 11 mil leitos de hospitais. No mesmo período, enquanto os leitos particulares diminuíram 5,1%, os do SUS aumentaram 2,6%, não foi suficiente.
O recomendado pelo Ministério da Saúde seriam entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes. Mas a taxa nacional é de 2,3 leitos, a mesma de São Paulo.
A Região Sul é a única do país no patamar adequado. As regiões Norte e Nordeste continuam as mais carentes. Entre 2005 e 2009, quase 400 hospitais privados fecharam no Brasil. No mesmo período, o setor público abriu 114.
Para o sindicato dos hospitais particulares de São Paulo, a quantidade de leitos está diminuindo por dois motivos: os valores pagos pelo SUS seriam insuficientes para cobrir as despesas. Outra razão, segundo o sindicato, é que cresceu o número de instituições mal administradas, inclusive por planos de saúde, e que acabaram fechando as portas.
“A má gestão, em primeiro lugar, não tem a menor dúvida. Porque se você tem uma má gestão, como o pagamento é muito pouco, você não vai conseguir suplantar o déficit, não tem como”, explicou Dante Montagnana, do sindicato dos hospitais privados de SP.
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo, que representa os planos de saúde, diz que a principal receita dos hospitais que tiveram leitos fechados são os repasses do SUS e que esses recursos são insuficientes para cobrir as despesas.
O Ministério da Saúde declarou que, entre 2008 e 2010, houve quatro reajustes na tabela de pagamentos do SUS.
Fonte: G1.com