A tecnologia realmente veio para facilitar os processos, inclusive o de aprendizado. Isso acontece porque as barreiras, geográficas principalmente, são rompidas e assim torna-se possível reunir em um ambiente virtual aqueles que têm vontade de aprender algo novo ou se especializar em determinada área. Diversas instituições de ensino, inclusive universidades estrangeiras como a Harvard, disponibilizam cursos online que podem ser realizados por qualquer pessoa com acesso à internet, independentemente de onde ela esteja.
Um exemplo do crescimento desse tipo de ensino está nos dados apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) no final do ano passado. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2012, em um ano o número de matriculas em cursos EAD teve um aumento de 12,2%. No mesmo período, a educação presencial teve um aumento de apenas 3,1%. Apesar disso, o EAD representa somente 15,8% do total de matrículas.
Ainda segundo esse estudo, os cursos oferecidos a distância com maior número de alunos no país são administração, direito e pedagogia. A enfermagem, que faz parte da área de assistência à saúde, também aparece no ranking, com mais de 230 mil alunos.
Portanto, a área da saúde é uma das beneficiadas desta nova lógica do aprendizado. Um dos exemplos é o
WareCoach, criado pela Wareline com o objetivo de manter os mais de 30 mil usuários de seu sistema sempre atualizados em relação à utilização das ferramentas. Por meio dessa plataforma virtual, todos os clientes podem realizar treinamentos específicos sobre os módulos da
Wareline. Ao longo dos anos a reciclagem nos conhecimentos é fundamental para que os usuários possam acompanhar a evolução natural da ferramenta e da legislação vigente. Outro problema que a plataforma virtual visa sanar é o da alta rotatividade dos funcionários nas instituições de saúde, que de acordo com a Revista Pan-Americana de Saúde Pública varia entre 32% e 39% ao ano. Esses novos funcionários, se não bem treinados, podem comprometer processos já estabelecidos e gerar possíveis perdas financeiras aos Hospitais.
Os treinamentos acontecem mensalmente e têm duração média de duas horas. Além deles, cursos sobre temas que envolvem tecnologia e
gestão hospitalar também já foram ministrados com o auxílio do WareCoach. A interação humana não fica de fora desse processo, pois os cursos são realizados ao vivo e os participantes debatem os assuntos e podem fazer perguntas durante seu acontecimento.
“Nosso desafio era desenvolver uma plataforma capaz de garantir o aprendizado de temas complexos. A exposição de vídeos e telas do sistema não era suficiente nesses casos. Por isso, criamos um ambiente virtual capaz de fomentar as comunidades de aprendizagem, sempre valorizando a interação entre alunos e professores”, explica a gerente de marketing da Wareline, Paula Usier.
Ainda de acordo com ela, o retorno dos clientes é positivo. Eles apontam como principal benefício a praticidade por não precisarem se deslocar do hospital e se ausentarem de suas atividades por um longo período. Outro ponto valorizado por eles é a formação profissional e o ganho que isso representa no ambiente de trabalho.
“A saúde no Brasil vem enfrentando uma série de desafios com o envelhecimento da população e com a crescente incorporação dos avanços tecnológicos no setor. Esse fenômeno exige uma gestão cada vez mais profissional, tanto do ponto de vista da eficiência como da competitividade. Nesse sentido, todas as ferramentas que podem ajudar no desenvolvimento e na ampliação dos conhecimentos desses profissionais são de suma importância. O ensino a distância, se bem utilizado, pode trazer inúmeros benefícios, principalmente para os hospitais públicos e filantrópicos, pois é capaz de democratizar o conhecimento a um custo mais baixo”, conclui Paula.
EAD possui iniciativas de sucesso no país
Um bom exemplo de projeto desenvolvido para o setor é o Sistema Universidade Aberta do SUS, ou UNA-SUS, criado pelo Ministério da Saúde em 2010 com o objetivo de facilitar a capacitação permanente dos profissionais que atuam no sistema público de saúde. O projeto oferece gratuitamente cursos a distância em diversos níveis acadêmicos. (
http://www.unasus.gov.br)
Outra ação bem sucedida está centrada no nordeste do país. A Rede de Núcleos de Telessaúde, também chamada de Rede NUTES, desenvolve o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes em Pernambuco. O Programa utiliza a internet e os recursos tecnológicos para oferecer serviços de telegestão, teleassistência e teleeducação aos profissionais do SUS (Sistema único de Saúde) que atuam no estado. (
http://www.nutes.ufpe.br/)
“Todos esses serviços são desenvolvidos e aperfeiçoados com o intuito de atingir diretamente o interesse e aprendizado constante de gestores e profissionais da saúde, os quais muitas vezes se encontram distantes, muitas vezes por questões geográficas, do acesso a um ambiente de atualização e formação continuada”, explica a coordenadora e pesquisadora do NUTES, Magdala Novaes.
Uma pesquisa recente realizada pela equipe do projeto com usuários dos seminários mostrou que 99% deles classificaram o serviço como ótimo e 98% avaliaram que a troca de conhecimentos contribui para a melhoria de suas atividades profissionais.
A SBIS (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde) é uma organização que discute e possui iniciativas para aprimorar o uso da informática no setor. Ela possui uma plataforma virtual por onde são oferecidos cursos e treinamentos relacionados à aplicação da informática na área da saúde. (
http://www.sbis.virtual.org.br)
“Não são somente cursos que são oferecidos através da SBIS Virtual, mas também palestras, relatos de casos de sucesso e materiais diversos para informação e estudo na área. Em se tratando de eventos regulares, existem os ‘Ciclos de Seminários On-Line de Tecnologias de Informação em Saúde’, que este ano estará na sua quinta versão. São palestras feitas por especialistas da área de informática em saúde por meio de web conferências, que acontecem em todas as primeiras segundas-feiras de cada mês”, explica o diretor de educação e capacitação profissional da entidade, Paulo Mazzoncini.
Texto publicado originalmente na revista Wareline Conecta – Edição 6 – Março/2014