“Alunos de Medicina em todo o Brasil enfrentam dificuldades para utilizar os hospitais universitários públicos, que se encontram em estado precário. Faltam remédios, equipamentos, professores e, às vezes, falta até o próprio hospital dentro da universidade”, assinala o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), autor do requerimento para a audiência, aprovado na última semana.
O parlamentar argumenta que os futuros médicos deveriam aprender a profissão em hospitais universitários bem equipados e com todo o material necessário para uma boa formação profissional.
Investimento em saúde
No Brasil, o investimento público em saúde equivale a 3,77% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a especialista Juliana Fiuza Cislaghi, é preciso investir quase o dobro disso, o equivalente a 6% do PIB. “A gente precisaria de mais R$ 83 bilhões para alcançar esse percentual de 6% do PIB, que seria o mínimo que é aplicado em países que têm sistemas de saúde parecidos com o nosso”, afirma.
Os 46 hospitais universitários federais receberam nos últimos três anos quase R$ 900 milhões. O governo federal anunciou um investimento de R$ 994 milhões até 2014 no setor de saúde como um todo. Para modernizar a gestão dos hospitais universitários, o governo criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A Universidade Federal do Piauí foi a primeira a fazer a adesão.
Nilson Leitão acrescenta que é necessária a discussão com o Ministério da Saúde, que define as diretrizes da saúde pública brasileira; o Ministério da Educação, para entender o processo de formação e residência médica; a Ebserh, para entender a situação dos hospitais universitários brasileiros; e com o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) para discutir a formação dos alunos de Medicina nas universidades públicas e privadas brasileiras.
Convidados
Também serão convidados para o debate o presidente da Ebserh, José Rubens Rebelatto; e o presidente do Crub, reitor Ricardo Motta Miranda.
Fonte: SisSaúde