Trabalhar mais de 8 horas diariamente não é uma rotina a que qualquer pessoa pode se adaptar, ainda mais atuando na área da saúde, onde todos os dias surgem novos desafios e as situações críticas exigem decisões rápidas. Dias assim, corridos e dedicados ao trabalho, são comuns para Claudia Maria Carreira Frata, administradora da Santa Casa de Misericórdia de Ituverava, no interior de São Paulo.
Ela se divide em duas, trabalhando na santa casa no período da manhã e na Secretaria de Saúde Municipal à tarde. Após as 17h, retorna para a instituição hospitalar. Daí em diante o expediente não tem hora para terminar. “Mesmo estando em casa, por ser uma cidade pequena onde todos se conhecem, o telefone toca 24 horas por dia”, conta. Atualmente, Ituverava possui aproximadamente 40 mil habitantes.
A dedicação da profissional, no entanto, não se limita a quantidade de horas trabalhadas, mas também às suas atribuições. As atividades iniciam às 7h da manhã e as tomadas de decisão, principalmente aquelas de cunho técnico e que requerem o diálogo com os diversos setores da instituição, são consideradas uma das principais funções da administração.
Casada e mãe de duas filhas, de 20 e 26 anos, Claudia se diz apaixonada pela profissão que escolheu. “Considero que sou privilegiada, pois participo da saúde desde a área de promoção, prevenção, tratamento até a reabilitação, ou seja, vejo a saúde de todos os lados. Isto é um facilitador para o dia a dia”, explica. As amizades que conquistou no ambiente de trabalho, segundo ela, completam sua realização profissional.
Sua trajetória na área da saúde começou em 1980, quando se formou em Enfermagem em Saúde Pública pela USP Ribeirão Preto. Em 1992, aceitou o convite para o cargo de enfermeira chefe da Santa Casa de Ituverava. Seis anos mais tarde o chamado foi para assumir a direção da entidade. A alegria e o susto, pelo tamanho do desafio, dividiram espaço entre suas emoções. “Uma santa casa pobre para pobres”, lembra.
O desafio foi aceito, mas Claudia contou com o grande apoio da comunidade e de um grupo de empresários para mudar a estrutura da instituição e aperfeiçoar a administração. Empresários da cidade haviam realizado um treinamento de “planejamento estratégico” no Japão e precisavam aplicar o que aprenderam em uma empresa brasileira. A santa casa da cidade foi escolhida e, apesar de não ser uma entidade que visa ao lucro, a
gestão tem sido muito importante para garantir novos investimentos e melhorar constantemente o atendimento aos pacientes. Com o apoio de todos, o rumo da instituição começava a mudar.
“Buscamos todas as parcerias possíveis, implantamos novos serviços e, aos poucos, fomos melhorando a estrutura física e adquirindo novos equipamentos”, conta Claudia. Uma das principais conquistas foi a implantação do serviço de Terapia Renal Substitutiva e a criação da
Unidade de Terapia Intensiva para adultos, o que sem dúvida elevou o status da entidade.
Outro fator que colaborou para o crescimento da instituição foi ser escolhida como o projeto piloto de um programa do Governo Estadual, promovido em parceria com a CPFL, que tinha o objetivo de incentivar o desenvolvimento e o aprimoramento da gestão do hospital.
“Aprendemos, evoluímos e, principalmente, renovamos nosso espírito de motivação. Foi inesquecível”, relata.
Uma das chaves do sucesso da gestão foi enxergar a TI hospitalar como uma aliada. De acordo com ela não dá para pensar em um hospital sem a
tecnologia para auxiliar nos processos, afinal “não há gestão sem informação”.
Texto publicado originalmente na revista Wareline Conecta – edição 3